A PÁGINA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
AO
PALACE II
QUE CAIU E IMPLODIU.
ENGENHARIA CIVIL
A aqui alguns casos em que a Engenharia, apresentou o lado negro de sua história, com desabamentos, acidentes do trabalho, implosões. Entre os principais apresentamos comentários sobre os acontecimentos nos Prédios Palace I e Palace II na cidade do Rio de Janeiro, Aquarela no Recife, Onássis em João Pessoa, outros que temos em nosso arquivo, porém só estarão disponíveis em outras edições desta página.
1.0 - PALACE I
O edifício Palace I, foi construído pela Construtora Serzan, do deputado Sérgio Naya, que apresentou problemas estruturais, também corre risco de desabamento
.PALACE II
- Porque o Palace II desabou?
Há varias hipóteses, tais como a execução de sondagens fora da norma, erro de cálculo estrutural, execução inadequada da obra com sub-dimensionamento da ferragem, uso de material incorreto, não obedecer o traço correto do concreto(mistura de água, cimento, areia e brita).
2)Qual a culpa do engenheiro calculista ( cálculo estrutural )?
Se o engenheiro calculista errou ou cometeu enganos no cálculo estrutural, ele será o responsável pelo desabamento do Palace II. Porque ele é o responsável perante o CREA, e a sociedade. Se um engenheiro fez o projeto estrutural e outro assinou, este último mesmo sem ter feito o projeto será o responsável pelo que ocorrer.
3)Qual a responsabilidade/culpa do deputado Sérgio Naya?
O deputado Sérgio Naya, como é engenheiro e dono de construtora é responsável por ter assinado a ART(Anotações de Responsabilidade Técnica), perante seu órgão de classe o CREA e a sociedade. E também seria preliminarmente responsabilizado por vender um produto de péssima qualidade.
4) Porque o deputado Sérgio Naya, assinou o projeto como técnico responsável pela obra?
Isto não é privilégio de Sérgio Naya, Quase todos donos de construtoras que são engenheiros, assinam as obras que suas empresas constroem, como engenheiro(técnico) responsável, devido ao Acervo Técnico. O que vem a ser isto? É que se o engenheiro residente da obra, que acompanha o dia a dia, for demitido ou sair da empresa ficará com o acervo técnico da obra para seu curriculum. E a empresa poderá ficar com um engenheiro, o dono da Construtora, que embora trabalhe na administração de sua empresa não está habilitado para executar obras na falta de outro engenheiro. Do ponto de vista da capacidade profissional, é injusto, pois o engenheiro residente que trabalha o dia a dia com todas dificuldades da obra, na hora que é demitido está incapacitado por que não comprova no papel sua experiência profissional. E o dono da construtora embora sem experiência do dia a dia da obra, está capacitado por comprovar através de documento(ART), sua experiência. Isto é injusto, e as vezes coloca a construção civil no banco dos réus.
4) O arquiteto que projetou o Palace II, pode ser responsabilizado pelo seu desabamento?
Não, o arquiteto que projetou a arquitetura do Palace II, não pode ser responsabilizado pelo desabamento que ocorreu
.5)Qual a responsabilidade do engenheiro residente?
Dificilmente vemos em placas de construção, de licenciamento de obras, o nome do engenheiro residente. Portanto perante o CREA, ele não é responsável pelos erros que acontecerem. É o caso do engenheiro residente do Palace II. Porém acho um irresponsável por utilizar material inadequado na obra. Seria melhor ser demitido, perder o emprego, do que está hoje com consciência doendo, por obedecido ordens do patrão, sendo anti-ético com a profissão e causado tanto prejuízo humano e financeiro.
Resultado da Perícia
Saiu o resultado da perícia feita no material de construção do edifício Palace , construído pela empresa de Sérgio Naya, no Rio. A perícia confirmou que o material usado na construção era tudo de primeira qualidade. Foi encontrado um erro no desenho do arquiteto, que agora fará parte do processo. Será Qua ainda iremos pedir desculpa a Sérgio Naya?
Publicado no Jornal do Comercio, 26/04/98, Página 9, Caderno C.
Opinião : De acordo com a matéria, o profissional culpado nesta caso, seria o desenhista. O que é impossível, porque neste caso, nem o desenhista, nem o arquiteto não tem nenhuma participação no desastroso Palace II. Os maiores culpados dos acontecimentos do Palace II, é o engenheiro residente, juntamente com engenheiro Sérgio Naya, porque é o engenheiro que assinou a responsabilidade técnica, e por ser dono da empresa.
6)O que devemos fazer ao comprarmos um apartamento?
Se o apartamento já estiver construído, exija os projetos, arquitetônicos, estruturais, elétricos, hidráulicos, de bombeiros, e guarde-os. Exija também os laudos, alvarás, etc. Solicite os resultados dos corpos de prova realizados durante a construção, este é muito importante, pois fornece a resistência característica do concreto.
7) Porque numa construção existe rachaduras?
A rachadura de uma edificação é presença de um sintoma, que a edificação está ficando doente ou foi executada erradamente. Ela tem as causas, as prevenções e recuperação. Cada tipo de rachadura geralmente tem um sintoma diferente.
8)O que deve possuir o responsável pelo condomínio de um prédio?
Todas as plantas, laudos técnicos, certidões do ITEP(quando da realização dos testes dos corpos de prova), leitura da sondagem do terreno, a sobrecarga por pavimento. Só autorizar reformas com um parecer técnico de preferência do construtor ou do engenheiro calculista que executou a obra e projeto.
3.0 - Edifício Aquarela (Recife-PE)
Desabrigados há nove meses, os moradores do edifício Aquarela, entraram na justiça, com uma ação de indenização por danos morais e materiais contra a construtora Paulo S. Netto Empreendimentos Ltda, responsável pela construção do imóvel.
O laudo pericial apresentado "constatou que o afundamento do Aquarela foi causado pela ruptura das paredes de sustentação do prédio. Os tijolos da base do edifício perderam cerca de 20% da resistência. O Aquarela também apresentou falha de execução".
¨
O projeto não foi respeitado, onde deveria haver alvenaria dobrada, de 20 centímetros, usaram apenas 10 centímetros de tijolos" lembrou o presidente do CREA-PE.Os moradores do edifício começaram, três meses antes do afundamento, a pedir à construtora para examinar a estrutura do prédio, segundo alegam os moradores. Nesta época,
alguns apartamentos já apresentavam rachaduras que impediam de abrir as portas.Opinião:
Pelas fotos, relatos de técnicos moradores notamos que o prédio foi executado sem projeto estrutural, e que não foi executado fundação resistente a carga(peso) a ela transmitida. Tudo faz crer que foi super economia em prática. É como diz o ditado; "o barato que sai caro".4.0 - Edifício Onássis (João Pessoa-PB).
Pela foto que foi mostrado, no jornal de João Pessoa, não ficou caracterizado que "houve um estouro do concreto", conforme afirmou um técnico que vistoriou a obra. Segundo relato do jornal, parece que houve uma fissura, e como a foto não mostra com nitidez, não se pode afirmar com clareza o que aconteceu, por isso é melhor não emitir opinião.
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Deusdeth Marcolino Bezerra
Engenheiro Civil e Engenheiro de Segurança do Trabalho.
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